Psico-Oncologia
A Psico-oncologia, área de interface entre a Psicologia e a Oncologia, surgiu no séc. XX a partir do reconhecimento dos fatores emocionais no aparecimento e evolução do câncer, e do aumento do tempo de sobrevida dos pacientes com o desenvolvimento da radioterapia, da quimioterapia e de novas técnicas cirúrgicas, gerando uma preocupação com a qualidade de vida primeiramente dessas pessoas e, em segundo lugar, de seus familiares e dos profissionais envolvidos nos tratamentos.
As intervenções clínicas durante aqueles tratamentos têm como objetivos:
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facilitar a participação ativa da pessoa nos mesmos e a minimização de problemas físicos colaterais fortemente influenciáveis pelo aspecto emocional, como náuseas, vômitos, dor e fadiga;
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facilitar a compreensão da doença no processo de vida daquela pessoa e sua reorganização em um nível superior de "bem-estar no mundo" através de mudança de atitudes e comportamentos, e de uma sensibilização em relação ao seu corpo.
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dar um suporte aos familiares, para que estes possam melhor acompanhar a pessoa com câncer durante e após os tratamentos.
Apesar dos esforços da oncologia clínica nas últimas décadas em desenvolver quimioterápicos menos tóxicos e mais efetivos, as pessoas ainda se sentem muito aturdidas diante de um diagnóstico de câncer e das opções de tratamento. Algumas buscam abordagens alternativas de tratamento, acoplando-as aos tratamentos convencionais com o objetivo de aumentar as chances de cura e diminuir os efeitos colaterais. Na maior parte das vezes, as pessoas o fazem sem falar com o seu oncologista, seja por receio de serem criticadas, ridicularizadas e abandonadas por ele, seja por não o perceberem com disponibilidade de tempo ou com informação sobre essas outras abordagens terapêuticas, tanto no funcionamento geral como na aplicabilidade ao câncer.
Diante disso, está emergindo o novo campo da oncologia integrativa, buscando combinar de modo racional e individualizado as terapias convencionais com as abordagens complementares e procurando abarcar a pessoa como um todo – corpo, mente e espírito, focalizando o câncer e além dele.
Na oncologia integrativa, os profissionais irão ajudar a pessoa a elaborar o seu plano de tratamento, utilizando estratégias de alimentação, abordagens corpo-mente (respiração e relaxamento, meditação, imagens guiadas) e intervenções de medicina alternativa (Medicina Chinesa, Homeopatia, Medicina Antroposófica) durante e após os tratamentos convencionais. Os profissionais irão esclarecer à pessoa como essas estratégias e intervenções poderão aumentar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia, além de reduzir os riscos de recorrência do câncer. Os profissionais examinarão também junto com a pessoa que aspectos do seu estilo de vida, do seu modo de viver precisam ser modificados para reduzir esses riscos e para implementar uma vida mais saudável e plena.
Como poeticamente fala Lawrence LeShan, "cada pessoa tem uma canção especial para cantar, um ritmo especial a seguir... Ao cantar sua própria canção, a pessoa sente entusiasmo e prazer da vida, e reconhece seu significado." Este é o sentido mais amplo da cura.
